Sempre que
vejo imagens do parlamento britânico, admiro aqueles bancos corridos, com
estofos de um verde esmeralda, onde se sentam com abnegação os rígidos lawmakers da mais velha democracia do
mundo. Não há computadores nem telefones, não há mesas (salvo as que estão ao
centro da sala), e as notas tomam-nas os parlamentares sobre os joelhos em
simples blocos ou folhas soltas. Computadores, telefones e mesas para escrever
são luxos de parlamentos como o português onde, extraordinariamente, os
deputados não são info-excluídos e sabem proteger a boca com a mão quando comunicam
por telefone os seus estados de alma. Em Westminster, a navegação na Internet, as
folhas excel e os demais programas e programinhas ficam para os amanuenses de
serviço; os parlamentares entregam-se à arte nobre da oratória e, imagino,
marcam as presenças manualmente, assinando em livro de ponto, sem necessitarem
de passwords que acabam sempre por ser conhecidas, potenciando sortilégios de ubiquidade
e outros fenómenos raros.
Gostei do score e fico à espera dos próximos capítulos.
E que dizer de John Bercow, o espectacular speaker?
1 comentário:
Espectacular, é a palavra!)
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