domingo, agosto 25, 2019

NADA DE RESSENTIMENTOS


Agora que se vem falando de Salazar, do projecto de um museu, centro de interpretação, exposição biográfica, cenográfica ou antológica, quiçá multimédia e interactiva, conceitos bem conhecidos dos entendidos, chamem-se eles Irene Pimentel, Nogueira de Brito ou Zé da Silva, dou o meu contributo para a discussão com a parte final do poema "Portugal", de Jorge Sousa Braga:
«Portugal estás a ouvir-me? / Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete e Salazar estava no poder nada de ressentimentos / O meu irmão esteve na guerra tenho amigos que emigraram nada de ressentimentos / Um dia bebi vinagre nada de ressentimentos / Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os Lusíadas a nado na piscina municipal de Braga / ia agora propor-te um projecto eminentemente nacional / Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que Camões lá deixou / Portugal  / Sabes de que cor são os meus olhos? / São castanhos como os da minha mãe / Portugal / gostava de te beijar muito apaixonadamente / na boca »
Este sim, seria um grande projecto! Com o beijo na boca e tudo.

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