LIVRO INDISPENSÁVEL para quem escreve e lê, já de anteriores consultas, veio-me agora à mão por via de um generoso desconto da Feira do Livro. Respigo uma passagem sobre os cânones:
«Os velhos cânones, certamente, vêm sendo ridicularizados, antagonizados, verberados a partir do século XVII. A história da literatura empola-se de convulsões, remoques, brigas, contendas devastadoras entre antigos e modernos, entre realistas e simbolistas, entre inovadores e conservadores. Numa poeirada convulsa em atritos de faísca, emergem e soçobram, geração a geração, movimentos, grupos, correntes, manifestos. Os autores não apenas bichanam e dialogam uns com os outros, também se exaltam e abrem zaragata. Não faltam esgrimas, pateadas, chasqueios, encontrões e bengaladas através das eras. Nos últimos tempos, estas fricções andam bastante amortecidas. Um condicionamento pesadíssimo do gosto, da opinião e, até, das maneiras de estar não deixa muito campo às controvérsias literárias. Mau sinal.»
1 comentário:
Também gostei.
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