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Quando se pagavam os versos a peso de ouro por Augusto César, que sabe Deus se seria, ou não seria, era porque era um só Virgílio o que poetizava; mas hoje que se comutaram a poetas todas as sete pragas do Egipto, quem quereis vós que os farte, quanto mais que os enriqueça? --- D. Francisco Manuel de Melo, "Hospital das Letras".
1 comentário:
Justifica-se um comentário. Vi este filme aos doze anos nas sessões culturais de sábado da Escola Técnica Elementar Francisco Arruda, sessões abertas aos miúdos pobres dos bairros do Alto de Santo Amaro e Alcântara que se sentavam no chão do ginásio à frente dos alunos da escola. Era director o professor Calvet Magalhães, pedagogo que fundou e dirigiu a Francisco de Arruda num grande espírito de liberdade e abertura às artes e ao desporto. Era uma escola técnica (para alunos das classes economicamente menos favorecidas), não um liceu de meninos cujos pais aspiravam a vê-los na universidade e a formarem-se como doutores e engenheiros. Uma vez fui chamado ao seu gabinete por causa de uma participação do professor de Trabalhos Manuais. Disse o que havia acontecido: na brincadeira, tinha atirado pequenos bocados de madeira para as bancadas de trabalho de alguns colegas. «Disseste a verdade, não és castigado», sentenciou, e eu saí agradecido e aliviado. Quanto ao filme - com Carmen Sevilla e Vittorio De Sica - foi a primeira grande comoção da minha adolescência. Carmen Sevilla, a primeira das minhas musas. Percebe-se porquê.
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