Lança o brilho da sua lâmina
ao manto plúmbeo do céu.
Deus, escondido e indiferente,
dorme entre as nuvens roxas
da Eternidade.
A terra a quem a trabalha,
grita. E um anjo caído
vem acender línguas de fogo
no ouro da seara.
Quando se pagavam os versos a peso de ouro por Augusto César, que sabe Deus se seria, ou não seria, era porque era um só Virgílio o que poetizava; mas hoje que se comutaram a poetas todas as sete pragas do Egipto, quem quereis vós que os farte, quanto mais que os enriqueça? --- D. Francisco Manuel de Melo, "Hospital das Letras".
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