Fernando Pessoa falou dele como sendo o único poeta português a quem podia aplicar-se, sem dissonância, a designação de esteta (Revista Contemporânea, 1922). José Régio foi pelo mesmo caminho, elevando-o aos píncaros da excelência no ensaio António Boto e o Amor (1938).
Porém, o apreço literário que lhe era dispensado pelos seus pares não encontrou correspondência no juízo que dele tinham como homem e ser social. António Boto era vaidoso, desleal, sempre disposto à mentira e à intriga. Conta João Gaspar Simões (Retratos de Poetas que Conheci, 1974), ter em tempos recebido uma carta assinada por um desconhecido “Mário” que rezava assim:
Porém, o apreço literário que lhe era dispensado pelos seus pares não encontrou correspondência no juízo que dele tinham como homem e ser social. António Boto era vaidoso, desleal, sempre disposto à mentira e à intriga. Conta João Gaspar Simões (Retratos de Poetas que Conheci, 1974), ter em tempos recebido uma carta assinada por um desconhecido “Mário” que rezava assim:
Então o sr. não sabe que na moderna poesia portuguesa há só três poetas geniais? Não sabe quem são? Pois eu lhe digo:
Fernando Pessoa
António Botto
José Régio.
Já sabe agora? O resto é merda, como você.
Apesar da infelicidade de alguns escritos como, por exemplo, Fátima – Poema do Mundo com o inenarrável soneto de louvor ao cardeal Cerejeira (Rio de Janeiro, 1955), foi artista que deixou obra. É assim, ninguém é perfeito.
2 comentários:
É verdade, meu caro. Mas o seu post raia a perfeição blóguica...
Abraço.
Perfeição blóguica? Só me faltava ouvir essa. Obrigado.
Abraço.
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