Quando por estes dias vos sentardes à mesa para o sempre desejado ágape, bebendo do bom e do melhor, lembrai-vos, amigos meus, destas palavras do poeta: « Como são grandes os espectáculos do vinho, iluminados pelo sol interior! Como é verdadeira e escaldante a segunda juventude que o homem dele extrai! Mas como são também temíveis as suas volúpias fulminantes e os seus enervantes encantamentos. (...) O vinho assemelha-se ao homem: nunca se saberá até que ponto se pode estimá-lo e desprezá-lo, amá-lo e odiá-lo, nem de quantas acções sublimes ou proezas monstruosas é capaz. Não sejamos portanto mais cruéis com ele do que somos connosco, e tratêmo-lo como igual.» Palavras que dificilmente serão compreendidas por quem não bebe vinho. Tenho 3 ou 4 amigos nessa deplorável condição. Que o Natal lhes sorria com água mineral ou refresco CocaCola (este, diz-se, até está associado ao barbudo da Lapónia). Para além do mais,
«Aujourd´hui l´espace est splendide!
Sans mors, sans éperons, sans bride,
Partons à cheval sur le vin
Pour un ciel féerique et divin!»
(CHARLES BAUDELAIRE, Les Fleurs du Mal, CVIII "Le vin des amants")
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