RESULTADO DE UM DOMINGO MAIS VIVIDO
QUE CONVIVIDO, estas fotografias ilustram uma atracção pelos comboios e as estações
ferroviárias, locais de chegadas e, tantas vezes, de partidas sem retorno.
Lembro-me sempre de Antonio Muñoz
Molina e do seu livro Sefarad: “É num
comboio que um homem relata a outro a história que conta Tolstoi na Sonata Kreutzer”, ou, referindo-se a
Primo Levi, o terror que sentia o escritor, pouco antes de morrer, perante “os
vagões de carga selados que às vezes via nas linhas abandonadas das estações.”
Durante cinco dias, em Fevereiro de 1944, Primo Levi viajou de comboio para o campo de morte de
Auschwitz. Sobreviveu.
Interessante é a referência à estação
ferroviária de Gmünd, na fronteira da Checoslováquia com a Áustria. Nesta
estação, “Franz Kafka e Milena Jevenska encontravam-se clandestinos no
intervalo de tempo dos horários dos comboios, na exasperante brevidade das
horas que se esgotavam enquanto se viam, enquanto subiam para um quarto inóspito
do hotel da estação, onde o andamento próximo dos comboios fazia vibrar os
vidros da janela.”
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