Palheiros de Mira, 21 de Setembro de 1948
– Eh! rei dos alcatrazes! – gritou hoje à minha passagem um pescador.
Tem sido uma razia neles, grandes como aviões. Vêem-se ao longe a atirar-se ao mar como stuckas, a pescar, e quando se aproximam do barco e eu lhe mando uma carga de chumbo três, berram como cabritos e agridem como feras quem se aproxima. São eles aparentemente que me levam ao largo, e os homens da companha, a quem os dou no fim para fazerem arrozadas (…).
26 de Setembro
ÍCARO
O alcatraz atira-se do alto.
Dobra as asas, e cai.
Do céu à terra é um salto.
Do céu ao mar, um gesto.
Longe, fica o protesto
Que não sabe aonde vai
– Eh! rei dos alcatrazes! – gritou hoje à minha passagem um pescador.
Tem sido uma razia neles, grandes como aviões. Vêem-se ao longe a atirar-se ao mar como stuckas, a pescar, e quando se aproximam do barco e eu lhe mando uma carga de chumbo três, berram como cabritos e agridem como feras quem se aproxima. São eles aparentemente que me levam ao largo, e os homens da companha, a quem os dou no fim para fazerem arrozadas (…).
26 de Setembro
ÍCARO
O alcatraz atira-se do alto.
Dobra as asas, e cai.
Do céu à terra é um salto.
Do céu ao mar, um gesto.
Longe, fica o protesto
Que não sabe aonde vai
(Diário, Livro IV)
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