Quando se pagavam os versos a peso de ouro por Augusto César, que sabe Deus se seria, ou não seria, era porque era um só Virgílio o que poetizava; mas hoje que se comutaram a poetas todas as sete pragas do Egipto, quem quereis vós que os farte, quanto mais que os enriqueça? --- D. Francisco Manuel de Melo, "Hospital das Letras".
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sexta-feira, julho 01, 2011
"Abandono" (Fado de Peniche) - Amália Rodrigues
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar.
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar.
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar.
Levaram-te, a meio da noite:
A treva tudo cobria.
Foi de noite, numa noite
De todas a mais sombria.
Foi de noite, foi de noite,
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar.
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar.
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
(Cantado ontem por Cristina Branco no espectáculo de encerramento das Festas de Lisboa.)
Obrigada, Manuel, por esta partilha. Ao ouvir este fado, só pensei: mas porque não fui ver e ouvir a Cristina Branco? Mas posso ouvir o vento e posso ouvir o mar!
ResponderEliminarÉ lindíssimo este Amália (David M.-F./A. Oulman). Pela Cristina Branco ainda não ouvi.
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