Quando se pagavam os versos a peso de ouro por Augusto César, que sabe Deus se seria, ou não seria, era porque era um só Virgílio o que poetizava; mas hoje que se comutaram a poetas todas as sete pragas do Egipto, quem quereis vós que os farte, quanto mais que os enriqueça?
--- D. Francisco Manuel de Melo, "Hospital das Letras".
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segunda-feira, janeiro 10, 2011
GRANDE ENTREVISTA
Acabo de ver e ouvir a “Grande Entrevista” de Judite de Sousa na RTP 1. Surpreendeu-me o olhar ao mesmo tempo inteligente e incrédulo da jornalista – os olhos abismados sobre a figura parda do entrevistado – , perante as declarações do mais que certo ganhador das eleições presidenciais de 23 Janeiro. Segundo o próprio – o que parece causar-lhe algumas preocupações – , há seiscentos mil desempregados no nosso país, muitos deles, digo eu, beneficiando de subsídios de sobrevivência. No entanto, à data das suas aplicações financeiras na SLN/BPN, era, de acordo com a argumentação apresentada, um “mísero professor” que tinha de olhar pelas suas poupanças . Há uma falta de ética e proporção nas declarações deste senhor que se situam no campo da indignidade. Na Grécia, na Islândia ou na Irlanda nunca seria reeleito. Mas em Portugal, graças a Deus, tudo é possível.
Felizmente não pude ver.
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